sábado, 9 de maio de 2020

Ação conjunta para tirar lixo do Arroio Santa Bárbara



 Dia primeiro de Abril de 2020, Quarta-feira, em isolamento há mais de uma semana devido à pandemia de coronavírus, mas felizmente numa época em que as tecnologias de comunicação estão bem avançadas e podemos nos manter conectados virtualmente. Fomos informados que num dos pontos do Arroio Santa Bárbara, próximo ao campo de futebol, um caminhão jogou muito lixo no arroio. Solicitamos à Codeca a retirada do lixo, estávamos aflitos pois na sexta-feira a previsão era de chuva. O nível do arroio estava bem baixo e com a chuva havia o perigo das águas levarem o lixo!
        Como o entulho continuava lá, apesar de nossos esforços em acionar órgãos públicas, resolvemos agir. Pelo wats surgiu a ideia de nos juntarmos para fazer o serviço, todos animados, combinamos o uso de máscara, luvas e botas. A maioria não tinha visto ainda a barbárie e achava que daríamos conta.  Os que tinham ido ver não deram fé, mas estavam solidários em resolver o assunto.
            Ao chegarmos ao local o susto foi grande. Estávamos na rua asfaltada olhando para baixo onde havia uma obra da prefeitura com aqueles canos enormes que atravessam a rua por baixo, onde o arroio passa. De cima do barranco podíamos ver uma grande quantidade de descarte cobrindo totalmente o pouco de água do arroio. Alguém falou em desistir e voltar para casa, acho que fui eu. Dois voluntários chegaram depois, Gabriel e Michele e, isentos de dúvidas, desceram o barranco e iniciaram o serviço.  Não tivemos escolha, fomos ajudar também! Um pau comprido com um prego na ponta facilitou "pescar" as roupas de dentro do arroio.
            Roupas? Sim, a impressão que tivemos era que um brechó de roupas usadas teve toda a sua mercadoria jogada no pobre arroio quase sem água. Bem assim. As fotos não enganam. Tênis, sapatos, pantufas de time de futebol, ternos, blusas, calças, jeans, jaquetas, chambres e roupas de crianças. Além de tudo isso, ainda conseguimos retirar um colchão, um sofá, um capacho, livros, entre eles uma bíblia grande, pastas com material de uma universidade. O dono da serraria ficou de avisar seus funcionários a respeito das  roupas, talvez alguém se interessasse, pois havia roupas boas.
            Tiramos tudo, a equipe de frente, lá embaixo do barranco, retirava o material, colocando-o em sacos de lixo, depois outra equipe os puxava para cima do barranco e depois colocados na beira da rua, para posterior recolhimento.  O ponto do seletivo é logo ali, tão pertinho do crime.
            Reflexões: O indivíduo que joga lixo no rio é ignorante. Hipótese refutada, pelo que vimos, frequentou o nível superior. O indivíduo que joga lixo no rio não tem uma fé, não tem religião. Hipótese refutada, encontramos uma bíblia e um capacho de boas vindas com motivos cristãos.
Mistérios.  Foram mais de duas horas para trazer lá de baixo toda essa irresponsabilidade que vemos nas fotos. Ignorância de um vivente, irmão nosso aqui na Terra.








Agradecemos ao Gabriel, Michele, Débora, Vinícios, Valesca, Fabrício, Marina, Alexandre e Véra.

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